Secretário de Segurança usa PMAM como comitê eleitoral de Melo

O uso explicito da Polícia Militar do Amazonas (PMAM), na campanha do candidato à reeleição, José Melo, foi definido pela Justiça Eleitoral como abuso de poder. Nunca um fato como esse foi tão escandaloso, tão indecente e tão imoral como nesta campanha de “reeleição” de Melo. A Justiça Eleitoral, numa decisão inédita, mandou que a cúpula da PMAM fosse exonerada a fim de parar com a ilegalidade do proselitismo político encampado por Melo.

É impressionante como a sede do poder é capaz de vilipendiar as regras mínimas do processo eleitoral, de quebrar as regras estabelecidas por lei, de subverter os conceitos éticos e os valores morais, de arrastar o homem ao nível do esgoto moral.

Assumindo a constrangedora “regra” de “fazer o diabo” para continuar nos cargos, de manter o “poder pelo poder”, sem um miserável programa que pudesse ser chamado por esse epíteto, Melo e a PMAM mandaram às favas quaisquer escrúpulos e desafiam a Justiça Eleitoral, mantendo intacto o esquema abjeto e autoritário que montaram dentro da corporação militar.

Um verdadeiro banker eleitoral capaz de se postar acima de qualquer Poder, como bem atesta o áudio publicado abaixo, em que aparecem as vozes do secretário de Segurança Pública, coronel PM Vital, ditribuindo ordens e montando a logística eleitoreira de Melo.

É acintosa e bucéfala a forma como esses militares se comportam, como se a corporação lhes pertencesse, fazendo dela sua repartição particular e relegando a segurança da população à sanha dos criminosos.

Nos moldes impostos por Melo, a disputa se tornou desigual e, também, covarde na medida que o candidato tem usado literalmente a força policial para lhe dar suporte eleitoreiro, dando com isso uma clara mensagem: “eu tenho a Força”, me deixem passar. Com que AUTORIDADE esse homem exigiria respeito à hierarquia da PMAM? Nenhuma! Está “comendo pelas mãos” dos tais comandantes, os quais depois, por certo, serão seus tutores.

Assim é que no Amazonas se vê o uso e o abuso de cabos eleitorais presos com os bolsos bamburrando de dinheiro num claro de sinal de uso de caixa dois provavelmente de dinheiro sujo quiçá com origem no crime organizado.

Carreata com o uso indevido de viaturas da Polícia Militar, nesse caso, é apenas uma pequena amostra do que são capazes essas pessoas.

Uma pergunta que não quer calar é a seguinte: qual a corporação do Estado deve ser o “fiel da balança”, aquela que tem o poder-dever de manter a ordem, inclusive a ordem democrática, que tem de cumprir as ordens emanadas do Poder Judiciário? Apenas uma resposta se pode admitir: a Polícia Militar (nos Estados e Municípios) e a Polícia Federal (na União e em crimes federais, como é o crime eleitoral), que detém o monopólio da força e das armas capazes de constranger os cidadãos a fazerem ou se absterem de qualquer ação considerada ilegal.

Com uma Polícia Militar assim comprometida com uma candidatura como a PMAM, claramente a serviço da candidatura de José Melo, como se vai esperar que o pleito transcorra de forma equilibrada e democrática?

O caso da PMAM é tão acintoso que mereceria INTERVENÇÃO FEDERAL a fim de que fosse garantida a ORDEM, a DISCIPLINA e o PLEITO neste ano de 2014, de longe o mais tenebroso desde a redemocratização do país em 1985.

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